Conheça a história de Bonfim
Conheça a história de Bonfim.
Acesse: http://www.minasgerais.com.br/pt/busca?q=bonfim
Texto extraído de: http://www.descubraminas.com.br/Turismo/DestinoApresentacao.aspx?cod_destino=197
Publicado em 24/06/2020 10:30 - Atualizado em 24/06/2020 10:44
De um ato de rebeldia nasceu a manifestação mais significativa e mais importante para o povo desta terra. Não há nada que represente melhor o povo de Bonfim do que sua maior festa, o Carnaval a Cavalo. Segundo o historiador Antônio de Paiva Moura, essa festa teve início em 1840, um ano após a criação do município. Padre Chiquinho, vindo de Portugal, introduziu as cavalhadas na vila da Rocinha, primeiro nome da cidade, numa tentativa de conquistar o povo daquela terra. O folguedo seguiu a formação de 24 cavaleiros, doze mouros e doze cristãos, a formação francesa de Carlos Magno. Os cristãos sempre ganhavam, e os mouros eram convertidos ao cristianismo.
Mas a história de Bonfim começa aproximadamente em 1674, quando saiu de São Paulo a expedição denominada Aura Sacra Fames (A Sagrada Fome do Ouro) do bandeirante Fernão Dias. Acredita-se que o bandeirante e os integrantes de sua bandeira foram os primeiros homens brancos a pisar em terras bonfinenses, uma vez que por ali já habitavam índios da tribo Cataguases. Entretanto, não encontrando no local as desejadas pepitas de ouro, nem outras pedras preciosas, os bandeirantes seguiram adiante, não se fixando na região.
Apesar de não haver riquezas por ali, as terras foram ocupadas por alguns participantes da bandeira. Bonfim, “[...] situado a 19 léguas ao oeste de Ouro Preto, cabeça da comarca, a 15 léguas de Queluz, cabeça do termo; pelo norte divisa com Brumado ao termo de Sabará” (MARQUES, 1999), estava bem próxima às minas. Situada no Quadrilátero Ferrífero, ali se cultivou alimentos e animais que serviram para abastecer a região mineradora.
A região do Alto Paraopeba, por sua localização no centro mais populoso da província; pelo clima temperado e agradável de suas montanhas; pelas inúmeras nascentes d’água; pelas boas pastagens e fertilidade do solo constituiu-se numa forte atração a pequenos agricultores (MOURA).
Em 11 de novembro de 1735, Manoel Teixeira Sobreira recebe uma sesmaria de meia légua, “[...] terras em que Antônio Leme da Silva tinha deitado posse, as quais eram situadas junto ao rio Paraopeba [...]” (NOGUEIRA, 2002). Em 1741, Sobreira recebe outra sesmaria de meia légua, “[...] terreno de matos virgens onde já tinha posse além do rio chamado Macaúbas que deságua no Paraopeba [...]”. Ele e seu primo-sócio, Manoel Machado, arrebanharam várias sesmarias na região de Bonfim, num total 1.125 alqueires de terra. Mais tarde, eles ainda receberiam mais terras em outras localidades: somando todas as sesmarias, Manoel Machado e Manoel Teixeira de Sobreira tinham 111,32 km2.
Sobreira construiu várias fazendas na região, uma delas a fazenda Palestina, em Bonfim, próximo ao ribeirão Águas Claras. Diz-se que o bandeirante encantou-se com a região de abundantes cachoeiras e matas virgens. Nesta fazenda foi encontrada uma placa de madeira com a inscrição “1728 Rei El Viva”, que, segundo os moradores da cidade, marca o registro da fundação da fazenda e uma saudação ao rei de Portugal, Dom João V. Mas, segundo alguns historiadores, isso é apenas uma hipótese, não sendo confirmada.
Uma das roças de milho das terras de Sobreira foi apelidada de “rocinha”, que se tornou a primeira denominação para as terras bonfinenses. O arraial da Rocinha foi elevado à vila em 1839, emancipando-se da comarca de Ouro Preto, passando a exercer algumas funções jurídicas, assim como a elaboração de documentos cartoriais. Esses documentos, em bom estado de conservação, podem ser consultados hoje na Casa de Cultura do município.
Sobreira tornou-se um dos homens mais ricos da Capitania das Minas Gerais. Devido a seu status, conseguiu, no dia 4 de março de 1750, a provisão do bispo de Mariana para a construção de uma capela na fazenda Palestina. Mais tarde, essa capela seria transferida para o centro urbano da cidade, onde foi erguido o Santuário de Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim.
Diz uma lenda muito popular na região que a igreja foi ato de uma promessa de Sobreira. Numa Sexta-feira da Paixão, ele mandou que seus escravos trabalhassem. Um escravo o questionou, mas o senhor determinou que o trabalho fosse feito. Logo depois, o escravo volta assustado, dizendo a Sobreira que os engenhos trabalhavam sozinhos, assim como os moinhos e o carro de boi. Assustado, ele caiu de joelhos e prometeu que construiria uma igreja em homenagem a Santana, em Santana do Paraopeba, distrito de São Gonçalo da Ponte, atual Belo Vale, e outra ao Senhor Bom Jesus. Assim foi feito.
A imagem do padroeiro, trazido de Setúbal, Portugal, tem uma curiosa história: na mesma época, Sobreira encomendou também imagens de Santana, que iriam para Santana do Paraopeba. Entretanto, as imagens foram trocadas. A imagem de Santana foi para Bonfim. Assim que foi verificado o engano, as imagens foram destrocadas numa procissão. A antiga Rocinha recebeu o nome Bonfim em homenagem ao seu padroeiro.
A partir da época imperial, século 19, o arraial se organizou, tomou forma de vila e transformou-se em cidade. Bonfim, em 1836, era o terceiro povoado mais populoso do distrito de Congonhas do Campo, atrás de São Brás do Suaçuí, com 1.619 habitantes e Brumadinho, com 1.235. Enquanto a sede do distrito de Congonhas contava com 134 casas e 1.112 habitantes, o arraial de Bonfim contava com 158 casas e 1.216 habitantes. O município e a vila de Bonfim foram criados pela Lei Provincial 134, de 16 de março de 1839. A Câmara Municipal só foi instalada em 24 de janeiro de l842. A vila foi elevada à categoria de cidade pela Lei nº 1.094, de 7 de outubro de 1860, com a denominação de Bonfim da Paraopeba. Mais tarde, ficou apenas Bonfim.
Referências bibliográficas utilizadas na pesquisa sobre Bonfim
Acesse: http://www.minasgerais.com.br/pt/busca?q=bonfim
Texto extraído de: http://www.descubraminas.com.br/Turismo/DestinoApresentacao.aspx?cod_destino=197.
por Comunicação